segunda-feira, 23 de março de 2009

Mulher e Mídia

O monitoramento, a busca de diálogo e a ação pública de controle social da mídia é uma forma de luta feminista que ganha força e visibilidade com a realização do Seminário O Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia, aberto ontem (12), em São Paulo, e promovido pela Articulação Mulher e Mídia, com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres. As participantes iniciam o debate de hoje (13) a partir da apresentação do cenário da mídia no Brasil e da exposição dos vários aspectos de representação da mulher na mídia. Ampliar o diálogo no movimento de mulheres sobre democratização da informação nos remete a outras visões sobre essa imagem, para além da cotidiana objetificação de nossos corpos em cartazes nas ruas, em espaços da TV e na Internet. O modo e os objetivos vinculados à forma como são noticiadas nossas ações como movimento também é parte do que problema 'imagem da mulher na mídia'. A nossa ausência dos noticiários como sujeito político também constrói a 'imagem' que buscamos enfrentar com nossa ação política feminista. Além das propagandas de cerveja onde uma mulher é transformada em mercadoria, enfrentamos também a 'não imagem' das mulheres como sujeito político, como movimento autônomo que luta pela transformação da vida de nós mulheres, transformando o mundo e transformando a nós mesmas. Quando o movimento feminista monitora a mídia atua contra a hegemonia da exploração e da opressão das mulheres cotidianamente reiterada pela publicidade que joga com uma 'liberdade de consumo'. Acontece que na sociedade de consumo o consumidor também é consumido. E quando se trata de consumidoras existe também o reforço ao patriarcado capitalista. Somos transformadas em mercadoria não só para o rol dos produtos da sociedade de consumo, mas porque assim também se reforçam relações de poder. E alterar relações de poder é o que queremos no enfrentamento das 'baixarias' na mídia e quando afirmamos direitos, reivindicando mais cidadania para as mulheres. Alterar relações de poder entre mulheres e homens começa também na denúncia dos esquemas que envolvem parlamentares detentores de concessões públicas de rádio e televisão. Diante da falta de controle social das concessões, que tipo de ação deveríamos realizar? Que imagens temos conseguido projetar na mídia quando fazemos nossas manifestações públicas e outras ações? Quanto de subversão temos levado ao cotidiano e em nossas performances nas ruas como movimento social? Possivelmente estas e outras questões estarão em nossas mentes durante o seminário.

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